A Psicanálise e o Feminino

A observação das mulheres histéricas, entrincheiradas na repressão do século XIX, permitiu a Freud as primeiras formulações teóricas da corrente psicanalítica que percorreu as décadas, chegando à análise do feminismo na era pós-moderna

*Por Maria Helena R. Junqueira

Freud teve importância fundamental no processo de retirada da histeria do registro médico, ao inscrevê-la como sintoma psíquico com um sentido a ser decifrado. Continue lendo »

A Lua e a Consciência Matriarcal

*Por Erich Neumann

Na historia dos primórdios da consciência podemos discernir fases sucessivas do envoltório inconsciente(…). No decorrer desse desenvolvimento, que conduz a liberação da ascendência do inconsciente, o consciente é simbolicamente masculino, enquanto o inconsciente, na medida em que se opõe a emancipação do ego, é feminino, como aprendemos na mitologia e no simbolismo do inconsciente coletivo.

A fase em que a consciência de ego é ainda infantil, isto é, depende da relação com o inconsciente, é representada no mito pelo arquétipo da Grande Mãe. A constelação dessa situação psíquica, assim como suas formas de expressão e projeção, foi por nós chamada de “ matriarcado” e, em contraposição, falaremos da tendência do ego de se libertar do inconsciente e dominá-lo como a “ênfase patriarcal” no desenvolvimento da consciência. Continue lendo »

Jung, o Gênero e a Escola Coeducativa

*Excertos de Juan Carlos Alonso e Ana Rico de Alonso

(…) (…) (…) (…)

Uma das funções básicas da escola é formar para o desenvolvimento de uma ocupação (ofício, profissão), que lhe permita ao sujeito cobrir a sobrevivência sua e de seu grupo familiar. A seleção que faz um jovem de uma ocupação não só define as possíveis trajetórias trabalhistas e econômicas de um indivíduo, senão que determina em grande parte, as características de seu projeto de vida. A formação que se dá na escola, portanto, pode desenvolver ou não muitas das potencialidades das/dos alunas/nos e assim mesmo pode estimular ou inibir a seleção de campos disciplinares que conduzam a sua vez a determinadas opções ocupacionais. Continue lendo »

O Feminino e o Masculino

Feminino_MasculinoImagem: “As Bodas Do Casal Arnolfini” de Jan van Eyck (1390 — 1441)


Por Angelita Corrêa Scardua

Qual seria a diferença entre opor-se e complementar-se? Bem, podemos pensar que algo que se opõe não possui correlação e/ou afinidade com seu opositor. Por outro lado, aquilo que é complementar caracteriza-se por distinguir-se de sua contraparte ao apresentar traços que isoladamente são distintos, mas que em conjunto tendem a formar uma unidade. Tomemos como exemplo o dia e a noite, ora não resta dúvidas que esses dois ‘instantes’ temporais possuem características muito distintas: claro e escuro é apenas uma delas. Porém, é possível afirmar que nenhum de nós é capaz de pensar num período de 24 horas sem nos reportarmos automaticamente à distinção entre o dia e a noite. Logo, fica claro que embora diferentes, o dia e a noite constituem-se em representações distintas de um processo que é único. Continue lendo »

Contos de Fada

contodefada_nise_maxfieldparrish_belaadormecida

Imagem: Maxfield Parrish – A Bela Adormecida

Por Nise da Silveira

Os contos de fada, do mesmo modo que os sonhos, são representações de acontecimentos psíquicos. Mas, enquanto os sonhos apresentam-se sobrecarregados de fatores de natureza pessoal, os contos de fada encenam os dramas da alma com materiais pertencentes em comum a todos os homens. Eles nos revelam esses dramas na sua rude ossatura, despojados dos múltiplos acessórios individuais que entram na composição dos sonhos.

Os contos de fada têm origem nas camadas profundas do inconsciente, comuns à psique de todos os humanos. Pertencem ao mundo arquetípico. Por isto seus temas reaparecem de maneira tão evidente e pura nos contos de países os mais distantes, em épocas as mais diferentes, com um mínimo de variações. Este é o motivo porque os contos de fada interessam à psicologia analítica. Continue lendo »