Monoparentalidade e Chefia Feminina. Conceitos, Contextos e Circunstâncias

Excertos de *Klaas Woortmann e **Ellen Woortmann

A Perspectiva Histórica: A situação brasileira

De fato, a Igreja esforçava-se em combater práticas como a poligamia entre indígenas, pois só a união monogâmica podia ser sacramentada. No entanto, “… o casamento entre tios e sobrinhas, proibido pelas Leis Canônicas, era defendido pelos próprios jesuítas, quando conveniente para implantar a monogamia entre os índios” (Samara, 1999: 13). Por outro lado, era comum o fato de famílias indígenas inteiras deslocarem-se. “Desse modo, o chefe da família, uma vez escravizado, acarretava a escravidão de sua esposa, filhos, irmãos e outros parentes” (Samara, 1999: 13). O contexto senhorial engendrou a chamada família patriarcal. “A família patriarcal era a base desse sistema mais amplo e, por suas características quanto à composição e ao relacionamento entre seus membros, estimulava a dependência da autoridade paterna e a solidariedade entre os parentes. Cabia ao patriarca dar proteção, então, não só à família imediata, mas também a parentes distantes, filhos ilegítimos, agregados e escravos. Continue lendo »