A crise de meia-idade masculina é descrita por psicoterapeutas e médicos como um dos mais desestruturantes processos experimentados por um homem
*Por Fernando Savaglia
Com 44 anos de idade A.S. tinha um excelente cargo dentro de uma multinacional. Casado há mais de duas décadas, mantinha uma relação extraconjugal com uma jovem estagiária da área de marketing de sua empresa. Durante meses trocaram e-mails e mensagens combinando encontros num explícito jogo de sedução. Na época, o executivo acreditava que esta relação era uma forma de aumentar sua autoestima e aliviar o tédio de seu casamento. No entanto, quando o “caso” estava próximo de completar um ano, a jovem resolveu se afastar e, ainda que não tenha decretado um rompimento total, acabou por desencadear uma verdadeira revolução na vida do executivo. Ávido por entender o motivo do desencantamento, aos poucos A.S. foi tomado por crises cada vez mais frequentes de ciúme. Reconquistar o afeto da moça virou uma obsessão. Aos poucos, os jogos de sedução, que até então eram encarados como algo prazeroso, se transformaram em algo sofrido e desestruturante. Além de passar o dia tentando adivinhar e prever os pensamentos da garota, passou a exibir crises de ansiedade alternados com momentos de melancolia. A angústia do executivo chegou a um ponto que teve de se afastar do trabalho por dias, o que alterou substancialmente sua rotina em família e colocou seu casamento em risco. Continue lendo »