Encontros, Relações e a Sizígia

“Homem e Mulher Contemplando a Lua” Caspar David Friedrich (1774-1840)

*Por Selene Regina Mazza

“Como se sabe, não é o sujeito que projeta, mas o inconsciente. Por isso não se cria a projeção: ela já existe de antemão. A conseqüência da projeção é um isolamento do sujeito em relação ao mundo exterior, pois em vez de uma relação real o que existe é uma relação ilusória” (JUNG, 1986, p. 7). Jung, ao apresentar esta afirmação, lança-nos a refletir sobre como encontros e relações se constituem e que efeitos estes terão sobre o desenvolvimento psíquico de cada indivíduo, ou seja, como um encontro com o outro se processa na alma se esta relação pode ser “ilusória”? Sendo ilusória, torna-se então necessária à individuação? Continue lendo »

Anima e Animus

A figura interior de mulher contida num homem e a figura de homem atuando na psique de uma mulher. Embora desiguais nos modos como se manifestam, anima e animus têm certas características em comum. Ambos são IMAGENS psíquicas. Cada qual é uma configuração que emana de uma estrutura arquetípica básica (ARQUÉTIPO). Como as formas fundamentais que subjazem aos aspectos “femininos” do homem e aos aspectos “masculinos” da mulher, são considerados como OPOSTOS. Como componentes psíquicos, são subliminares à consciência e funcionam a partir de dentro da psique inconsciente; daí, serem benéficos à consciência, mas também podem pô-la em risco através da POSSESSÃO (ver adiante). Continue lendo »

A Mulher é o Futuro do Homem

*por Sabina Vanderelei

Não há homem algum tão exclusivamente masculino que não possua em si algo de feminino.
Carl Gustav Jung

Imagine a cena: é sábado à noite e um casal de namorados se encontra. Ela propõe um cinema e ele diz não. Ela insiste e ele mantém o não. Ela pergunta o porquê e ele continua no simples não. Então ela dispara uma metralhadora de porquês e ele perde a paciência. Está declarada uma guerra. Ela recebe uma descarga de fantasias a respeito da recusa dele em ir ao cinema enquanto que para ele esse não é pura e simplesmente um não! Continue lendo »

Jung, o Gênero e a Escola Coeducativa

*Excertos de Juan Carlos Alonso e Ana Rico de Alonso

(…) (…) (…) (…)

Uma das funções básicas da escola é formar para o desenvolvimento de uma ocupação (ofício, profissão), que lhe permita ao sujeito cobrir a sobrevivência sua e de seu grupo familiar. A seleção que faz um jovem de uma ocupação não só define as possíveis trajetórias trabalhistas e econômicas de um indivíduo, senão que determina em grande parte, as características de seu projeto de vida. A formação que se dá na escola, portanto, pode desenvolver ou não muitas das potencialidades das/dos alunas/nos e assim mesmo pode estimular ou inibir a seleção de campos disciplinares que conduzam a sua vez a determinadas opções ocupacionais. Continue lendo »

O Feminino e o Masculino

Feminino_MasculinoImagem: “As Bodas Do Casal Arnolfini” de Jan van Eyck (1390 — 1441)


Por Angelita Corrêa Scardua

Qual seria a diferença entre opor-se e complementar-se? Bem, podemos pensar que algo que se opõe não possui correlação e/ou afinidade com seu opositor. Por outro lado, aquilo que é complementar caracteriza-se por distinguir-se de sua contraparte ao apresentar traços que isoladamente são distintos, mas que em conjunto tendem a formar uma unidade. Tomemos como exemplo o dia e a noite, ora não resta dúvidas que esses dois ‘instantes’ temporais possuem características muito distintas: claro e escuro é apenas uma delas. Porém, é possível afirmar que nenhum de nós é capaz de pensar num período de 24 horas sem nos reportarmos automaticamente à distinção entre o dia e a noite. Logo, fica claro que embora diferentes, o dia e a noite constituem-se em representações distintas de um processo que é único. Continue lendo »

Com quem sonham as mulheres

rousseaudreamImagem: “O Sonho” por Henri Rousseau (1844-1910)

Não importa se é o Brad Pitt ou um homem mal-encarado que perturba a sua noite: qualquer figura que apareça no sonho é um pedaço de você, indicando necessidades e desejos desconhecidos.

Por Fábio Sanchez

Um homem feio, violento e perverso aterroriza as noites de grande parte da população feminina. Não há força policial que consiga detê-lo, porque foi criado pelas próprias “vítimas” e só aparece quando elas estão dormindo, ou melhor, sonhando. Freqüentador assíduo dos consultórios de psicanalistas, esse homem mau é o animus, nome que define o lado masculino da mulher, usado pela primeira vez por Carl Gustav Jung, pai da psicologia analítica. A tarefa – não dos terapeutas mas das próprias sonhadoras – é  seguir o rastro desse vilão que, quase sempre, ostenta características que faltam a quem sonha. Continue lendo »

Casamento, Desenvolvimento Adulto e Felicidade

desenvolvimento-e-casamento

Ilustração: Midlife Crisis by Ellen Rixford

Por Angelita Scárdua

Todos somos influenciados, quer gostemos ou não, pelos desígnios socioculturais do momento histórico no qual nos encontramos. Fomentadas pelas particularidades de cada época, as predisposições coletivas em relação a aspectos essenciais da experiência humana – como o sexo, o poder, a democracia, a beleza, o casamento, a virtude e muitas outras – adquirem um caráter incontestável. É assim que um conjunto de valores e idéias tendem a ser aceitos pela maioria como sendo verdades naturais, e indissociáveis, da condição humana. Continue lendo »