Dilemas Morais: O que você faria?

Anna Karenina” por Ivan Kramskoy (1837-1887)

Tente responder a 5 famosos dilemas morais e descubra o que suas respostas dizem sobre você.

*Por Texto Fabio Marton

No livro A Escolha de Sofia, de William Styron, que virou filme estrelado por Meryl Streep, uma prisioneira polonesa em Auschwitz recebe um “presente” dos nazistas: ela pode escolher, entre o filho e a filha, qual será executado e qual deverá ser poupado. Escolhe salvar o menino, que é mais forte e tem mais chances na vida, mas nunca mais tem notícias dele. Atormentada com a decisão, Sofia acaba se matando anos depois. Dilemas morais, como a escolha de Sofia, são situações nas quais nenhuma solução é satisfatória. São encruzilhadas que desafiam todos que tentam criar regras para decidir o que é certo e o que é errado, de juristas a filósofos que estudam a moral. Cada vez que um filósofo monta um sistema de conduta, procura algo que responda a todas as situações possíveis. O filósofo inglês John Locke (1632-1704), por exemplo, definiu o bem pela não-agressão, aquela idéia de que “minha liberdade começa onde termina a sua”. Já Ros­seau (1712-1778) considerava o certo a vontade geral, a decisão da maioria. Continue lendo »

Entenda por que gostamos de sentir medo

Filmes de terror como Atividade Paranormal aproveitam-se de uma característica pouco conhecida que nós, seres humanos, possuímos: gostamos de sentir medo. Nossa intrépida repórter conversou com especialistas e revelou por que é tão bom levar sustos.

*Por Rita Loiola

Uma casa mal-assombrada, um casal perseguido por fenômenos sobrenaturais e uma câmera para registrar tudo. Junte a isso uma produção mambembe, alguns sustos nos momentos certos e está feito o sucesso Atividade Paranormal. O filme arrecadou US$ 110 milhões nos Estados Unidos e estreou no Brasil entre os três títulos mais vistos da temporada de final de ano (por enquanto perde para as superproduções 2012 e Lua Nova). Em 15 dias, 606 mil brasileiros foram ao cinema movidos pela curiosidade de saber o que acontece enquanto os americanos Katie e Micah, o casal protagonista do filme, dormem. E isso porque foi feito em apenas uma semana e com um orçamento que não dá para comprar nem um carro popular: US$ 15 mil (Bruxa de Blair, por exemplo, custou US$ 100 mil). Continue lendo »

Cultura: privilégio dos homens?

Preces Para o Funeral de um Gato Egipcio” por John Reinhard Weguelin (1849-1927)

*Por Susana Dias

Em vários animais já foram descritos casos de comportamentos inventados por um indivíduo e aprendidos por outros do grupo. Há casos clássicos entre os primatas. Em chimpanzés têm sido observadas as possibilidades destes se reconhecerem e atribuírem individualidades a outros de sua espécie, de classificarem plantas e selecioná-las para sua alimentação, de usarem ferramentas para obter alimento, de ensinarem a seus filhotes, de cooperarem para solucionar problemas e de criarem estratégias sociais de comunicação, inclusive aprendendo linguagens de sinais dos humanos. Esses comportamentos descritos por pesquisadores das ciências naturais escapam às explicações genéticas e têm sido associados à noção de cultura em animais. Mas seriam esses resultados suficientes para dizer que os animais são seres culturais? A resposta à questão não parece ser simples mesmo para os pesquisadores. Para alguns, afirmar categoricamente que animais não têm cultura é esquivar-se de um interessante debate que os resultados dos estudos em comportamento animal podem promover. Continue lendo »

A Pressa de Chegar

*Por Rodrigo Cunha

Amanhecia em Nova Yorque, naquele 24 de outubro de 2003, quando um seleto grupo de cem convidados partia para cruzar o Atlântico a mais de 2.100km/h. Eram passageiros do último vôo comercial do supersônico Concorde, que fez o percurso até Londres em cerca de três horas e meia. Quatro anos depois, a manhã do dia 25 de outubro testemunhou um gigante de 80 metros de envergadura e 24 metros de altura da Singapore Airlines partir de Changi, na Cingapura. Era o primeiro vôo comercial do modelo A380 construído pela Airbus, que levou 471 passageiros e 30 tripulantes até Sidney, na Austrália, em pouco mais de sete horas. Dependendo da configuração das classes executiva e econômica, esse mesmo A380 pode transportar até 853 passageiros. Continue lendo »

A Origem da Criminalidade_Parte II

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*por Rodrigo Vergara

Teoria dos controles

Segundo uma das principais correntes da criminologia, há três mecanismos que mantêm o comportamento dos indivíduos sob controle. Não por acaso, essa tese é chamada de “teoria dos controles”. O primeiro deles é o autocontrole, um processo interno que estabelece o compromisso de cada um com as regras sociais. “O autocontrole resulta da socialização, pela qual as crianças, que são naturalmente agressivas e possessivas, aprendem a não ser assim”, diz o sociólogo e pesquisador da Universidade de Chicago Robert J. Sampson. Segundo Steven Barkan, professor da Universidade do Maine, Estados Unidos, esse controle pessoal é determinado pela consciência individual, o compromisso com a lei e a auto-avaliação positiva. Continue lendo »

Qual é a medida do prazer?

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Por Náira Malze  – *Com atualizações feitas pela entrevistada
Revista.AG (A Gazeta/ES) – 27/04/2008

Esse título pode surpreender – e até chocar – muitos machos que buscam provar a masculinidade justamente pelo órgão sexual. Mas, fisiologicamente, é a única explicação para a crença de que “tamanho determina o prazer”.

Como descreve a psicóloga clínica, mestre em desenvolvimento adulto e felicidade pela USP, Angelita Scardua: na anatomia masculina, há uma proximidade entre o ânus e a próstata, separados apenas pelo períneo. A próstata é responsável por grandes níveis de prazer. Tanto é que se estimulada leva à ejaculação e ao orgasmo. Considerando que ela é a parte mais sensibilizada durante o sexo anal – teria mais sentido dizer que o tamanho do pênis tem uma dose extra de significado nas relações homossexuais já que, durante a penetração, quanto maior o pênis, mais estimulada seria a próstata e maior seria a onda de prazer. Continue lendo »

A Diferenciação Sexual. A Lei e o Desejo

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Por Wagner Paulon

Um dos melhores processos de abordar a sexualidade humana tem lugar a partir de comparações que são possibilitadas pela história, pela etnologia, pela sociologia. Na vida social quotidiana, o ser-homem e ser-mulher revelam a sua relatividade, ao mesmo tempo que a profundidade do seu enraizamento pessoal. Continue lendo »

“As pessoas não precisam estar mais bem-vestidas. Precisam ser melhores”

Entrevista_JumNakao

Imagem: Jun Nakao em “A Costura do Invisível

Jun Nakao, Maio de 2009

Estranho ouvir isso de um estilista? Pois a moda, para Jum Nakao, nada mais é do que uma “ferramenta de descoberta”. Ele não aposta em tendências e padrões, mas em um novo formato de mercado: “A gente precisa reconectar as pessoas à essência humana”. Desde que deixou a passarela mais importante do País, em 2004, decidiu dedicar a carreira ao resgate de valores. Ministra cursos no sertão, desenvolve objetos sustentáveis com comunidades na Amazônia. O que mais dói, conta, é perceber todo o potencial de recursos e saberes do País que fica “confinado ao silêncio”. Continue lendo »

A invenção da mulher – Parte III

Invencao da Mulher_IIIImagem: “A Criação de Eva” por William Blake (1757-1827)

*por Marcus do Rio Teixeira

Lógica do desencontro

A feminilidade possui, portanto, algo de inapreensível ao homem, visto que não participa da significação fálica que organiza o universo masculino. Ela é organizada segundo uma lógica diversa, uma lógica do não-todo. Ainda que do ponto de vista da biologia homem e mulher sejam macho e fêmea da mesma espécie, buscam objetos diferentes e são regidos por lógicas diversas. Isso faz com que a mulher guarde, para o homem, uma dimensão de estranheza, que se traduz comumente no preconceito sob a forma das acusações mais diversas. Continue lendo »