Breve História do Feminino

*Por Flávia Cristina Costa Pivatto

Quando examinamos a história do feminino, verificamos que desde os períodos Paleolítico e Neolítico já haviam cultos matriarcais, onde a deusa-mãe era adorada. Mircea Elíade, explica que com a passagem da vida nômade para sedentária, houve uma mudança dos elementos que simbolizavam a vida. Enquanto na vida nômade ossos e sangue eram símbolos de vida, no sedentarismo foram substituídos pelo sangue e esperma. Continue lendo »

A Psicanálise e o Feminino

A observação das mulheres histéricas, entrincheiradas na repressão do século XIX, permitiu a Freud as primeiras formulações teóricas da corrente psicanalítica que percorreu as décadas, chegando à análise do feminismo na era pós-moderna

*Por Maria Helena R. Junqueira

Freud teve importância fundamental no processo de retirada da histeria do registro médico, ao inscrevê-la como sintoma psíquico com um sentido a ser decifrado. Continue lendo »

Minha Irmã é Uma Sereia

*Por Zoe de Camaris

Lealdade. Palavra desconhecida entre as mulheres? Dizem que sim, parece até existir um consenso quanto à falta de irmandade feminina. Pergunte a um homem e a resposta não raro, será: – São competitivas, cheias de artimanhas, não gostam umas das outras. Milhares de mulheres afirmariam o mesmo.

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Se estamos falando da falta de lealdade feminina é possível pressupor então que exista uma maior lealdade entre os homens. Parece que eles resolvem as pendências de uma forma mais direta. Na maior partes das vezes sim, embora também tenhamos exemplos contrários. A deslealdade existe nos dois sexos, é humana. Continue lendo »

Eva e Lilith: A Primeira Mulher

*Por Ester Zuzo de Jesus

Destacam-se as características de Eva e de Lilith, a fim de aproximá-las como mito da primeira mulher. Eva, do hebraico, “vivente” ou “a que dá vida”, é a primeira mulher, esposa de Adão e mãe dos viventes. Eva “foi feita (literalmente formada) por Deus a partir de uma das costelas de Adão” (PFEIFFER et alii, 2007, p. 711).

Sua criação está ligada à criação do homem. No texto bíblico hebraico-cristão, está descrita a criação do homem e da mulher à imagem e à semelhança de Deus, após a criação da terra, plantas e animais, no capítulo primeiro. Essa é considerada a verdadeira criação, ex nihilo, do nada, por meio da fala. Assim, “… Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança.’ […] E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher.” (Gen 1:26-27). Continue lendo »

A Psicologia Feminina e o Caráter de Integração

*Por Rejane Maria Gomes Leite Natel e **Anyara Menezes Lasheras

Alguns autores Junguianos, promovem uma reflexão sobre a mitologia feminina e suas representações arquetípicas , bem como a necessidade da integração desses mitos e arquétipos em nossos padrões de comportamento atuais. Através dessa reflexão, podemos observar várias disfunções femininas, que segundo os autores, deu-se ao longo da história da humanidade, calcadas em um poderio masculino, tendo submetido o caráter feminino a uma subestimação que nos afasta do primeiro universo a que o homem tem contato após ser gerado: o feminino. Continue lendo »

A Mulher é o Futuro do Homem

*por Sabina Vanderelei

Não há homem algum tão exclusivamente masculino que não possua em si algo de feminino.
Carl Gustav Jung

Imagine a cena: é sábado à noite e um casal de namorados se encontra. Ela propõe um cinema e ele diz não. Ela insiste e ele mantém o não. Ela pergunta o porquê e ele continua no simples não. Então ela dispara uma metralhadora de porquês e ele perde a paciência. Está declarada uma guerra. Ela recebe uma descarga de fantasias a respeito da recusa dele em ir ao cinema enquanto que para ele esse não é pura e simplesmente um não! Continue lendo »

Jung, o Gênero e a Escola Coeducativa

*Excertos de Juan Carlos Alonso e Ana Rico de Alonso

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Uma das funções básicas da escola é formar para o desenvolvimento de uma ocupação (ofício, profissão), que lhe permita ao sujeito cobrir a sobrevivência sua e de seu grupo familiar. A seleção que faz um jovem de uma ocupação não só define as possíveis trajetórias trabalhistas e econômicas de um indivíduo, senão que determina em grande parte, as características de seu projeto de vida. A formação que se dá na escola, portanto, pode desenvolver ou não muitas das potencialidades das/dos alunas/nos e assim mesmo pode estimular ou inibir a seleção de campos disciplinares que conduzam a sua vez a determinadas opções ocupacionais. Continue lendo »

O Feminino e o Masculino

Feminino_MasculinoImagem: “As Bodas Do Casal Arnolfini” de Jan van Eyck (1390 — 1441)


Por Angelita Corrêa Scardua

Qual seria a diferença entre opor-se e complementar-se? Bem, podemos pensar que algo que se opõe não possui correlação e/ou afinidade com seu opositor. Por outro lado, aquilo que é complementar caracteriza-se por distinguir-se de sua contraparte ao apresentar traços que isoladamente são distintos, mas que em conjunto tendem a formar uma unidade. Tomemos como exemplo o dia e a noite, ora não resta dúvidas que esses dois ‘instantes’ temporais possuem características muito distintas: claro e escuro é apenas uma delas. Porém, é possível afirmar que nenhum de nós é capaz de pensar num período de 24 horas sem nos reportarmos automaticamente à distinção entre o dia e a noite. Logo, fica claro que embora diferentes, o dia e a noite constituem-se em representações distintas de um processo que é único. Continue lendo »

A invenção da mulher – Parte III

Invencao da Mulher_IIIImagem: “A Criação de Eva” por William Blake (1757-1827)

*por Marcus do Rio Teixeira

Lógica do desencontro

A feminilidade possui, portanto, algo de inapreensível ao homem, visto que não participa da significação fálica que organiza o universo masculino. Ela é organizada segundo uma lógica diversa, uma lógica do não-todo. Ainda que do ponto de vista da biologia homem e mulher sejam macho e fêmea da mesma espécie, buscam objetos diferentes e são regidos por lógicas diversas. Isso faz com que a mulher guarde, para o homem, uma dimensão de estranheza, que se traduz comumente no preconceito sob a forma das acusações mais diversas. Continue lendo »

Os distúrbios alimentares sob o enfoque da psicologia analítica

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Por Anyara Menezes Lasheras

Do ponto de vista psicológico, os distúrbios alimentares, seja a obesidade, a anorexia nervosa ou a bulimia, representam uma tentativa de solução ou disfarce de conflitos internos, mas que além de não solucionar os conflitos, acaba por criar mais problemas relativos ao aumento ou perda excessiva de peso: o efeito “sanfona”, aumento da auto-imagem negativa, e assim por diante.

O alimento está associado a carinho, a cessação de um desconforto desde a primeira mamada de um bebê. Por isso, os distúrbios alimentares apresentam bases psicológicas que denotam conflitos afetivos associados à busca por alguma coisa, por exemplo: por um afeto inatingível, pelo preenchimento de um “vazio” interior, de um “buraco”, por segurança, por autoconfiança, aspectos que levam às sensações primárias de contato com a figura da mãe, na verdade da mãe boa, aquela que alimenta, que nutre, que acolhe e protege. Aqui as gratificações são deslocadas para o alimento. Continue lendo »