A Sombra nos Arquétipos do Masculino Maduro

Saturno” por Peter Paul Rubens (1577-1640)

Excerto de “Sofrimentos da Alma Masculina: aspectos psicopatológicos do homem numa visão arquetípica”

*Por Humberto Oliveira

3.1 – Introdução

Robert Moore, analista junguiano e pioneiro no movimento masculino e Douglas Gillette sustentam que a masculinidade amadurecida não é agressiva, dominadora nem grandiosa, mas sim geradora, criativa e fortalecedora em relação a si mesma e aos outros. Em seu livro Rei, Guerreiro, Mago, Amante, eles apresentam os quatro arquétipos principais do masculino. Eles apontam que a história do desenvolvimento de cada homem é, em grande parte, a história do seu fracasso ou seu sucesso em descobrir dentro de si esses aspectos da masculinidade madura. Considerando o relacionamento entre a Sombra e cada um destes Arquétipos, Moore e Gillete apresentam uma espécie de tipologia do sofrimento e percalços da alma masculina. Levam em conta as Sombras do Arquétipo do Rei (O Tirano e o Covarde), do Arquétipo do Guerreiro (O Masoquista e o Sádico), do Arquétipo do Mago (O Manipulador e o “Inocente” Negador) e do Arquétipo do Amante (O Viciado e o Impotente). Continue lendo »

A Lua e a Consciência Matriarcal

*Por Erich Neumann

Na historia dos primórdios da consciência podemos discernir fases sucessivas do envoltório inconsciente(…). No decorrer desse desenvolvimento, que conduz a liberação da ascendência do inconsciente, o consciente é simbolicamente masculino, enquanto o inconsciente, na medida em que se opõe a emancipação do ego, é feminino, como aprendemos na mitologia e no simbolismo do inconsciente coletivo.

A fase em que a consciência de ego é ainda infantil, isto é, depende da relação com o inconsciente, é representada no mito pelo arquétipo da Grande Mãe. A constelação dessa situação psíquica, assim como suas formas de expressão e projeção, foi por nós chamada de “ matriarcado” e, em contraposição, falaremos da tendência do ego de se libertar do inconsciente e dominá-lo como a “ênfase patriarcal” no desenvolvimento da consciência. Continue lendo »

A Psicologia Feminina e o Caráter de Integração

*Por Rejane Maria Gomes Leite Natel e **Anyara Menezes Lasheras

Alguns autores Junguianos, promovem uma reflexão sobre a mitologia feminina e suas representações arquetípicas , bem como a necessidade da integração desses mitos e arquétipos em nossos padrões de comportamento atuais. Através dessa reflexão, podemos observar várias disfunções femininas, que segundo os autores, deu-se ao longo da história da humanidade, calcadas em um poderio masculino, tendo submetido o caráter feminino a uma subestimação que nos afasta do primeiro universo a que o homem tem contato após ser gerado: o feminino. Continue lendo »

Arte na Psicoterapia Sob a Perspectiva da Psicologia Analítica Junguiana

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Máscara‘ Escultura de Jonathan Hayter (da Instalação Arquétipo)


Por Erika Antunes e Joel Giglio

(…)os estudos de Jung influenciaram amplamente o campo da arteterapia, trazendo à tona discussões mais profundas em torno da importância do mundo imagético na compreensão do psiquismo e, conseqüentemente, valorizando a análise das imagens simbólicas projetadas nas produções artísticas dos pacientes dentro do enquadre psicoterapêutico. Suas descobertas e reflexões abalaram os paradigmas do pensamento ocidental pela inclusão de novos enfoques a respeito dos processos psíquicos e da dimensão transcendente do ser humano. Continue lendo »

Casamento, Desenvolvimento Adulto e Felicidade

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Ilustração: Midlife Crisis by Ellen Rixford

Por Angelita Scárdua

Todos somos influenciados, quer gostemos ou não, pelos desígnios socioculturais do momento histórico no qual nos encontramos. Fomentadas pelas particularidades de cada época, as predisposições coletivas em relação a aspectos essenciais da experiência humana – como o sexo, o poder, a democracia, a beleza, o casamento, a virtude e muitas outras – adquirem um caráter incontestável. É assim que um conjunto de valores e idéias tendem a ser aceitos pela maioria como sendo verdades naturais, e indissociáveis, da condição humana. Continue lendo »