Charge do Amarildo
*Excertos da Obra de Carl Gustav Jung
(…)
Em toda a parte no Ocidente agitam-se estas minorias subversivas que escondem as tochas incendiárias, prontas a brandi-las. Estas minorias trabalham na sombra, ao abrigo mesmo, ó paradoxo, da nossa humanidade e da nossa consciência do direito; de modo que nada se opõe à expansão das suas ideias, se não é o caso do espírito crítico duma certa camada da população, capaz de ponderação e de uma relativa estabilidade mental. Mas não é preciso deixarmo-nos ir até à sobrestimação da importância e do poder desta camada social. Ela varia de país para país em função do temperamento nacional; ela varia também de região para região, sob a influência da instrução e da educação públicas; e ela está além disso submetida à influência de perturbações agudas de origem política ou económica. Segundo estimativas optimistas, baseadas em observações feitas por ocasião de consultas eleitorais, esta camada estável engloba no máximo cerca de sessenta por cento dos votantes. Todavia uma apreciação mais pessimista não parece injustificada nem pode ser descartada sem exame, porque os dotes de razão e de reflexão crítica não são qualidades essenciais do homem. Mesmo quando estão presentes, elas se mostram instáveis, inconstantes, naturalmente vacilantes, e isso, por regra, proporcionalmente ao tamanho dos grupos políticos. O que poderia ainda subsistir de reflexão, de compreensão e de perspicácia no indivíduo encontra-se esmagado pela massa, e é por isso que esta última leva necessariamente à tirania autoritária e doutrinária, desde que o Estado fundado no direito manifeste sinais de fraqueza. Continue lendo »