Modo de morar e modo de cuidar: uma proposta de tipologia

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*Elaine Pedreira Rabinovich; Ana Maria Almeida Carvalho

Universidade de São Paulo

Para Winnicott (1982), o espaço potencial seria o espaço cultural e os objetos transicionais seriam os intermediários entre os objetos da fantasia e os da realidade. Tais objetos tanto ajudam a fazer a ponte entre a realidade subjetiva e a realidade objetiva quanto ao fazê-lo, permitem a criação da própria cultura através da criatividade que decorre do aspecto potencial. O espaço potencial é o espaço possível, não do evento certo, mas o que decorre e onde ocorre o encontro, o início e o prosseguimento da vida subjetiva. Continue lendo »

Espaço Doméstico: Contributos para uma leitura integrada de Habitat

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Por Ana Serra e Moura Salvado**


Introdução: A diversidade do espaço residencial


A evolução demográfica ocorrida nas últimas décadas(…)tem vindo a operar transformações na configuração das estruturas familiares e conseqüentemente no domínio das formas de habitar. As mudanças ocorridas ao nível das estruturas familiares traduzem-se, sucintamente, num aumento generalizado do número de pessoas que vivem sozinhas (jovens ou viúvos), no acentuar do número de famílias monoparentais, no aumento de casais que vivem em união de facto e num número crescente de casais sem crianças. Continue lendo »

Moradia: alojamento permanente dos seres humanos

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A história da habitação está diretamente ligada ao desenvolvimento social, econômico e político da humanidade.

Os primeiros tratados sobre a construção de moradias são encontrados no código de Hamurabi no século XVIII a.C. Durante a época grego-romana o urbanismo era limitado à construção de moradias em lugares defensivos e próximos a fontes de água para abastecimento. Na Europa do século XIII, as cidades tornaram-se centros comerciais e as muralhas proporcionavam proteção contra os invasores. No século XIX, com a chegada da Revolução Industrial, as pessoas rumaram para as cidades, que sofreram um crescimento sem precedentes. Continue lendo »

Habitação Sagrada

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Um estudo sobre os significados religiosos das habitações


Por David Phillips

Revista Antropos – Volume 1, Ano 1, Novembro de 2007


(…)a habitação, com os seus arredores artificiais, é essencial à expressão da auto-identidade de uma sociedade. (…)uma tendência que é universal, de que a habitação não é considerada apenas em termos utilitários mas também como um mecanismo cultural para relacionar os seus habitantes socialmente e metafisicamente ao mundo.


(…)a habitação, como o foco da vida da família nuclear ou estendida, relaciona todos os aspectos da vida em conjunto – nascimento, educação, trabalho, matrimônio, alimento, descanso, recreação e morte – como uma participação no cosmo material e imaterial. Continue lendo »

A Representação Social da Moradia

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Imagem: http://www.iisd.ca/habitat/

Por Mauro César de Oliveira Santos

A utilização da Teoria das Representações Sociais

Com vistas a avançar nessas questões, desenvolvemos estudos baseados na Teoria das Representações Sociais. Com isto pretendemos determinar elementos para uma melhor compreensão da relação do morador com a moradia e das intervenções pós-ocupação operadas, explorando o sentido atribuído à moradia, bem como tentando identificar o sistema de crenças e valores que influenciam preferências, comportamentos e expectativas.  Optamos por trabalhar com a Teoria das Representações Sociais, por seu reconhecimento da legitimidade do saber do senso comum, entendido como o saber prático que mantém a unidade das atitudes e opiniões. (…) Continue lendo »

Psicologia e Arquitetura: Percepção dos Espaços em Busca da Identificação do Ser

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Por Fabiana Ferreira da Silva


A primeira, ou umas das primeiras atitudes do homem nômade para tornar-se sedentário, foi a busca da moradia fixa. A busca por um espaço seu, onde pudesse criar a sua família, plantar o seu alimento e criar os seus animais. Isso deu uma característica ao homem: ser o único animal capaz de modificar a paisagem em que vive. Cada modificação que o homem faz em seu espaço, é uma tentativa de molda-lo aos seus desejos, criando algo à sua imagem e semelhança.


É muito comum reconhecermos vilas, ou cidades, pelo tipo de suas habitações, pelo seu paisagismo, pelos seus detalhes culturais que transparecem na arquitetura. Entretanto, essa identificação não ocorre apenas no coletivo das cidades, mas ocorre principalmente na individualidade, ou seja na própria residência. Continue lendo »